sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Nostalgia attacks

Jogava, sem prestar atenção direito no que fazia. Movia o mouse pra lá e pra cá, meio pra evitar as bolas de sorvete que vinham direto na direção do bonequinho, meio pra ter o que fazer com a mão esquerda. A direita, como sempre, entretida em levar o cigarro à boca e pousá-lo no cinzeiro ocasionalmente.

De repente, vindo não sei de onde, um cheiro de pizza de calabresa com catchup - ou seria cheiro de catchup com pizza de gordura e meia dúzia de fatias de linguiça em cima? - me invadiu as narinas. Era o mesmo cheiro da pizza da lanchonete em frente à praça Afonso Pena.

Sem largar o jogo, comecei a me ver lá de novo, comendo pizza e assistindo o Jornal Hoje ali, logo na frente da pracinha onde eu brincava quando ainda usava fraldas. Sempre rolava uma discussão discreta, entre eu e minha mãe, porque eu queria pizza de calabresa - era mais barata, e uma de minhas preferidas - e ela queria de frango com catupiry. Acabávamos decidindo por uma meio-a-meio, depois de uma briga desnecessária, claro. Meu Deus, naquela época eu ainda gostava de pizza com catchup! Hoje em dia, é só azeite e orégano, mas, naquela época, pizza sem catchup, pra mim, não era pizza. Era uma massa estranha com alguma coisa em cima.

Comecei a lembrar também da minha oitava série. Incontáveis vezes Lie, Poly, Kalot, Lesa e eu matamos a aula de educação física, que era em um clube ali perto, pra irmos comer pizza lá. Não porque era a melhor pizza da cidade, ou algo assim, mas porque era perto o suficiente do clube e de nossas casas, além de ser barato. Não consigo me lembrar de jeito nenhum o nome da pizzaria, embora suspeite que fosse "pizza da praça" ou coisa do tipo. Só lembro que era do mesmo dono da loja especializada em frango que tinha praticamente do lado, que tinha um nome extremamente criativo, algo como "frango veloz" ou "frango feliz" ou "frango psico-maníaco depressivo roxo de pintinhas verde cocô de papagaio que corre feito uma lesma albina" ou algo assim.

Deu saudades. Deu curiosidade de saber se a loja ainda existe ou não. Mas, principalmente, deu vontade. Daquela pizza. Não serve nenhuma outra: não sei se é a nostalgia, não sei se é a memória de samambaia plástica, mas o que eu me lembro do gosto daquela pizza não se compara a pizza nenhuma que eu comi desde que saí de lá - e olha que experimentei bastantes pizzas nos lugares que visitei e onde morei desde que saí do Rio. É algo de especial, sei lá.

Por isso, se algum de vocês, amiguinhos cariocas (Michel, serve você mesmo, já que você diz que é o único leitor que eu tenho, apesar dos fanmails que eu recebo de vez em quando -continuem escrevendo! eu quase choro toda vez que recebo um!), por acaso passar pela Praça Afonso Pena, verifiquem pra mim se ainda existe uma pizzaria do lado da loja de sapatos, se é que a loja de sapatos que tinha do lado da farmácia ainda existe, se é que a farmácia que tinha do lado do pão de açúcar ainda existe. Verifiquem e me avisem. Assim, vou poder continuar sonhando que estou no Rio e comendo a pizza de lá.

...melhor que continuar sonhando com o Kiko (é, aquele mesmo, de Chaves) cantando The Winner Takes It All, do ABBA, no programa do Faustão.

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quinta-feira, outubro 25, 2007

Salvador Shopping

5 motivos para detestá-lo:

  1. Sempre está cheio;
  2. Tudo é caro;
  3. A GS cobra malditos R$2,00 no crédito da NX;
  4. Não tem muito que fazer lá, exceto pumpar e ficar verminando na Saraiva Megastore;
  5. Só existem caixas eletrônicos de dois bancos: Bradesco e HSBC. Nem um mísero caixa 24h!

1 único bom motivo pra continuar indo lá, apesar de tudo:

  1. Em que outro ponto da Bahia pode-se ter o prazer de perceber que a música de fundo é Enter Sandman, do Metallica? Ou Zombie, do Cranberries?
Depois de perceber isso, cheguei à conclusão de que amo o SS.

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quinta-feira, maio 10, 2007

Rapidinhas sobre incompetência (ou Sorria, você está na Bahia!)

  • Cerca de 6h da tarde, num certo quiosque de cachorro-quente na estação da Lapa. Três pessoas na fila pra pegar batatas fritas (apenas 1 real na promoção do trio!). O atendente vai, bota as batatas pra fritar... Abre o freezer, tira uma caixa de hambúrgueres, que coloca em cima da tampa do freezer... Derrama algo no chão, pega a água sanitária pra limpar... Limpa o que quer que tenha sido, coloca a garrafa em cima do freezer e do lado da caixa de hambúrgueres, e, por fim, vai tirar as batatas da fritura e as serve, SEM NEM SEQUER LAVAR AS MÃOS.
  • Na sequência da cena anterior, vemos o mesmo atendente servindo as batatas. Como só tinham três pessoas na fila, e o referido atendente tava perto o tempo todo (pelo menos o suficiente pra saber a ordem de chegada) elas se amontoam no balcão, de forma que a primeira a chegar fica no meio, a segunda à sua esquerda e a terceira à sua direita. O atendente serve primeiro a última a chegar, depois a segunda, e, por fim, a primeira. Preciso dizer quem era a primeira da fila? :)
  • Mais uma vez a mesma barraca, alguns dias depois. Mais uma vez, fila pra batata frita. Só que, agora, tinha bem mais de 3 pessoas na fila. E o imbecil do atendente, sempre o mesmo, espera acabar a batata já pronta e deixa cerca de meia dúzia de pessoas esperando enquanto ele vai tirar do freezer a batata congelada e botar pra fritar...
  • Outra história, agora sobre o Habib's. Sabem aquelas maquininhas de cartão Visa? Pois é, acho que todo mundo sabe que tem um rolinho de papel ali dentro pra imprimir o comprovante. E a parte onde fica o rolo de papel é transparente, permitindo assim que o operador veja quando o papel está no fim. Pois é. Só que tem um operador de caixa que é um gênio, trocadilhos com a mascote do estabelecimento à parte. O cara deixou o rolo acabar, e, quando a gente chegou no caixa pra pagar, ficamos alguns minutos na fila, vimos que o papel tinha acabado, e NINGUÉM pagou com cartão. Só quando chegou a nossa vez e o cara viu que ia precisar do papel é que ele foi procurar o rolo. Que não estava nas gavetas do balcão. Então lá vai o infeliz, depois de registrar nosso pedido, ir procurar o bendito rolo no depósito. Os kibes que pedimos já estavam chochos na hora que a gente finalmente conseguiu pagar.

Em outra história completamente não-relacionada com incompetência, mas que essa passagem da maquina de cartão me lembrou: "Hoje não estamos aceitando pagamentos com cartões de crédito ou débito, porque o GPS tá fora do ar." -Recepcionista do Boliche do Aeroclube, há alguns meses.

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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

"Só a cerveja tira os demônios das pessoas" e a Lavagem de Itapuã

Só Jesus tira os demônios das pessoas um caralho! Lembra aquela época, lá na tenra infância, quando a mamãe quase te obrigava a mijar pela manhã, mesmo se você tivesse acordado 15 vezes durante a noite para tal fim, porque "eliminava toxinas"? Então. Toxinas fazem mal ao organismo. Então, toxinas são o demônio! Ou, pelo menos, são agentes deles. E tem maneira melhor de mijar desesperadamente (e consequentemente, expulsar milhares de toxinas do seu corpo) que encher a cara de cerveja? Por isso, à partir deste momento, inicio a Igreja da Santa Bohemia dos Antepenúltimos Dias. Porque só a cerveja expulsa os demônios das pessoas!*

+++

Para aqueles que não estão familiarizados com os baianos e seus curiosos hábitos, aqui temos duas "lavagens" ao ano, sempre em janeiro e fevereiro. Originalmente, era uma espécie de ritual religioso, onde as principais igrejas da cidade (A Igreja do Nosso Senhor do Bonfim e a Igreja de Itapuã, esta última sendo lamentavelmente perto de onde moro) eram lavadas e purificadas como uma forma de adoração e respeito pelos locais sagrados. Hoje em dia, não passam de festivais que os líderes católicos classificariam como pagãos - e eu, como pagã, me envergonho tremendamente disso. A tal lavagem é meramente simbólica, e, pelo estado que a cidade fica, a impressão é que recebe esse nome porque as ruas viram verdadeiros chiqueiros, só que mais sujos.

Há trios elétricos tocando o que há de pior e mais vulgar do pagode, pessoas trêbadas e diversos homens-aborígenes, dispostos a tudo para agarrar uma periguete. Os principais requisitos para tomar parte nesta comemoração são a total falta de senso de ridículo, a ausência de senso estético e a completa alienação que caracteriza aqueles que não perdem "um bom pagode" por nada desse mundo. Juro para vocês que, há cerca de quatro horas, quando a folia começava a se dissipar e eu e o namorido nos arriscamos a sair de casa pra comer esfihas e pastéis, vi uma mulher de micro-short (tipo Carla Perez antes de virar evangélica) branco com um cinto de lantejoulas douradas, mini-micro-top-sutiã branco e sandálias douradas pra combinar. O cúmulo da falta de senso de moda, pelo amor dos Deuses!

Além disso, como eu disse, as ruas parecem chiqueiros. Saindo do Habib's e indo em direção ao posto, onde íamos comprar cervejas e chocolates para compensar a falta de RPG (é, ia ter jogo hoje, não teve porque ficamos ilhados graças à lavagem! É o cúmulo do absurdo!), passamos diante do paredão do mijo - contei uns 6 rapazes, todos de abadá (é, vendem-se abadás para essa suposta festa), mijando apoiados na parede que separa nossa lanchonete preferida (por ser a mais próxima) do posto de gasolina que sempre me salva quando meu cigarro acaba às 4 da manhã e eu começo a ter crises de abstinência.

As ruas exalavam um forte fedor de mijo, vômito, cerveja, álcool etílico potável (a.k.a. cachaça vagabunda) e churrasquinhos e podrões diversos. Me senti num flashback, onde eu novamente morava no Rio e estava atravessando a Vila Mimosa para chegar ao Garage. Infelizmente, após atravessar a imundície, não cheguei a um lugar igualmente fedorento mas cheio de gente legal, com bebida barata (ou bebida com baratas, no Garage nunca se sabe) e tocando um bom Metal, ou Hard Rock, ou Grunge no último volume. Felizmente, apesar de não ter o odor característico e nem o som tão alto, meu quarto é aconchegante e estava bem fornido de cervejas graças aos nossos esforços.

Com isso tudo, faço a mim mesma uma promessa: no ano que vem, na segunda quinta-feira de fevereiro, estarei bem longe daqui. Do outro lado da cidade, na casa da melhor amiga, no mínimo. De preferência, do outro lado do país, conhecendo o Acre (hã? E ele existe?**) ou visitando a família do namorado no Rio Grande do Sul. Ou mesmo vendo meus amiguinhos lá no Rio, já que há quatro anos prometo uma visita e já conheci o país inteiro, mas não tornei a pisar lá. Mas ficar presa em Itapuã no dia da lavagem, nunca mais.

+++

* Texto escrito sob forte influência das 3 latinhas de Skol tomadas. Ainda tem mais duas na geladeira, acho que vou encarar.
** Se tenho algum leitor do Acre, me perdoe a piada. É inevitável. Aproveite e me mande histórias do Acre! Pode ser que eu não acredite em você, mas é sempre divertido ouvir lendas!

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segunda-feira, janeiro 08, 2007

...e quatro dias se passaram...

Pois bem. Cheguei de viagem (faz umas boas 3h, diga-se, mas isso não vem ao caso), após passar quatro dias numa linda casinha na ilha de Itaparica, com 21 outras pessoas tão doidas quanto eu ou mais. Quatro dias sem telefone (porque esqueci propositalmente o celular no silencioso e dentro da mochila), sem internet e, portanto, sem orkut.

Em quatro dias recebi aproximadamente 10 scraps (e nenhum deles era spam! hooray!), dois scams (um deles via testimonial, dizendo que fiz não sei o quê numa festa não sei onde e as fotos do que eu fiz estavam hospedadas não lembro em qual site que, por sua vez, era de não lembro qual país... alguém ainda cai nisso?), 11 "orkutemails" (um deles sendo o outro possível scam), pelo menos metade deles sendo spam e a outra metade sendo mais spam, e cheguei à conclusão de que orkut é uma merda e só serviu pra me arranjar o marido mais perfeito do mundo (como ele próprio me lembrou, aqui do meu lado). Mas enfim.

Sobre a viagem? Numa visão otimista, também chamada de "coisa que a Amy certamente diria", a viagem foi fofa, as pessoas foram fofas e lindas, a comida tava linda e a gatinha Lili que me adotou (é, gatos não são adotados, eles adotam a gente) era a coisa mais SHUM fofa do universo. Numa visão pessimista, mais conhecida como "visão da Arielle quando ela está na TPM e foi acordada por pessoas berrando e com axé tocando no último volume", foram quatro dias numa colônia de férias para mosquitos, perdida no meio do nada, trancada com amigos que sabem ser irritantes e que eu vejo quase todo dia, jogando videogame quase non-stop. Numa visão mais equilibrada, tirando os stresses e os mosquitos, foi bem legal. E Lili era, de fato, uma das coisas mais fofas do mundo, além de ter me ajudado a manter minha sanidade com seu ronronar que parecia um ronco de caminhão de tão forte e seus pelos que quase deixaram todas minhas camisetas brancas pretas. Além disso, eu comi carambola direto do pé, e todo mundo sabe que eu adoro carambola. Só isso já valeu a viagem!

Diga-se, eu sou uma das melhores cozinheiras do mundo e é por isso que ninguém voltou pra casa 20kgs mais magro. Quero ver quem é que vai duvidar das minhas habilidades "hotdoguísticas" e "yakisobásticas" de agora em diante.

Como eu disse, não tem muito mais o que dizer da viagem. Dá pra resumir ela em videogame, cozinha, mau-mau, perfil e mexe-mexe. Por quatro dias inteiros. Pra mim, pelo menos, já que eu não tive coragem de jogar twister e certo acidente provocado por hormônios em perfeito funcionamento me impediu de ir pra piscina (caralho, tinha que ser no dia que eu cheguei lá?). E deu pra botar em dia meus talentos contábeis que eu nem sabia que existiam, também, calculando quanto cada um devia pra galera que bancou o rango. Junto com tio S-Emo, claro, mas [modéstia]o negócio teria demorado bem mais pra sair se eu não tivesse me metido[/modéstia].

Vale lembrar também a cachaçada homérica de ontem pra hoje. Basicamente, secamos uma garrafa de vodka, sendo que todo mundo tava bebendo de pouquinho. E a Lua, cheia, tava linda, e tinha uma faixa fininha de nuvens fazendo um círculo enorme ao redor dela, e foi assustador e nós vimos fantasmas e ouvimos vozes (até os que estavam sóbrios) e todo mundo ficou com medo e eu brinquei com o pêndulo e o tarot e... Bom, sei lá. Acho que isso cobre pretty much do que aconteceu por lá.

Depois eu boto aqui a resenha do reveillon e o curso de sobrevivência.

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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

It's on fire wow!


É, esse carnaval tá pegando fogo mesmo. Ontem foi no Parque da Cidade, e agora aqui, no terreno baldio do lado da minha casa. Foto batida daqui da varanda, inclusive. E os bombeiros, cadê?

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Viagens, videogames e viadagens

É, pois é. Quem não morre não vê Deus.
Então. Carnaval chegando, Salvador, terra da folia... Desde ontem estou evitando pôr os pés na rua por medida de segurança. Pessoas na rua, muitas pessoas.

Felizmente moro longe do circuito de carnaval, então na verdade não tenho saído de casa por pura preguiça e viadagem. Inclusive, a coisa mais legal do carnaval é logo aqui no quintal de casa: o famigerado Palco do Rock, onde todo ano mais de 30 bandinhas se reúnem pra fazer uma folia trevosa, e todo ano aparece um pagodeiro bêbado pra armar confusão com os black metal filhos de satã. Ou pelo menos é o que ouvi falar.

Infelizmente, esse ano (o primeiro que tenho chance de assistir esse espetáculo imperdível) não poderei aproveitar muito - segunda-feira à noite me mando para Igarassu, para passar uma semana em retiro espiritual com o namorido. Por retiro espiritual leia-se: arrumar meus cacarecos, encher os cornos de hidromel e catar diversas frutinhas para trazer pra casa.

É, amiguinhos. Igarassu. O lugar do fantabuloso TOCU DO PEIDO, a cidade onde as pobres galinhas reprimidas podem passear livremente e brincar alegremente em meio ao esgoto a céu aberto. Com um pouco de sorte, talvez até possamos encontrar amiguinhos para Raoul e trazê-los contrabandeados dentro de uma mala de livros até Salvador.

***

Vício. Lots of. Não consigo parar de jogar Harvest Moon: Friends of Mineral Town pra GBA. O jogo é simples e tem uma temática deveras fofinha: você cuida de uma fazenda, tem que ter dinheiro, fazer upgrades na casa, ser amigo de todo mundo na cidade, casar e ter um filho. Eles vão contando os anos que você cuida da fazenda, e cada ano tem 4 meses, um para cada estação. Você pode jogar por infinitos anos, e rezam as lendas que se você morre, pode continuar jogando com seu filho. Os animais morrem quando ficam velhos demais ou doentes. Você pode ir pra mina cavocar e destruir rochas pra pegar minérios e upgradear suas ferramentas.

Enfim, é um joguinho super fofo e que não se parece em absolutamente nada com os jogos populares habituais. E tem um potencial viciante ESCROTO.

Estou no inverno do 2o ano, ano que vem caso com a Ann e tenho uma galinha que bota ovos dourados. Sou um fazendeiro feliz.

***

EU NÃO QUERO IR PRA IGARASSU E DEIXAR MEU GATINHO LINDO AQUI SOZINHO =~~ Ele vai ficar com saudades! Ele já chorou horrores no dia que eu e Cris dormimos na casa da Ciele!
;_____________;

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quinta-feira, janeiro 12, 2006

Sobre Salvador

Salvador - BA - Brasil. Cidade mística. Aqui, acontecem coisas que nunca serão vistas em nenhum outro canto do mundo.

Aqui, há travecos homofóbicos, e apenas 5% da população é negra. O seu livro de geografia mentiu - os 90% que faltam são morenos, racistas e Deus os livre de se envolverem com alguém de cor. Não tente discordar - eles podem, e certamente irão te processar.

Por sinal, aqui aprendi outra coisa muito interessante: Negrinhagem independe de etnia, assim como viadagem independe de opção sexual.

Definitivamente, Salvador é um lugar estranho. Qualquer dia escrevo mais coisas reclamando.

P.S.: Lembram da Zezé, a empregada que Ninguém Merece? Ela é um doce, a pessoa mais adorável do mundo. É porque ainda não tive saco de escrever sobre Letícia, a priminha pentelha de minha Con-cunhada (?!). Aguardem notícias.

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quinta-feira, fevereiro 10, 2005

See you, space cowboy m/

Darazzi: a pior coisa q eu gostaria de ouvir eh um "eu te amo marco"
Darazzi: eh ridiculo isso eh o cumulo da fasidade
Darazzi: prefiro mil vezes "marco quero chupar seu pau"

+++

E é com essa citação que começo meu último post antes de viajar \o/

Eu podia falar algo sobre meu caso de amor com uma escova de cabelos, mas acho que não é uma boa idéia. Afinal, as cerdas dela me espetavam em lugares pouco apropriados.

Eu podia falar do metrô sexual, o metrô adaptado para os tempos modernos, no formato de um pênis kilométrico, considerando que o túnel seja a vagina ou qualquer outro buraco apropriado, incluindo ursinhos de pelúcia da irmã mais nova.

Eu podia ainda falar das menininhas que usam sainhas de pregas, e aparentemente só têm pregas nas saias.

Mas eu não quero falar besteira e nem putaria. Tá, talvez eu queira, mas pra isso existe o mIRC. Na verdade, eu não sei bem se quero falar alguma coisa.

Na verdade, o que eu queria falar eu já falei, disfarçado como 'o que eu não vou falar'. Ha! Enganei vocês! Mwahaha!

Enfim, tô indo daqui a 3h pra Salvador. Wish me luck, wish me 'bon voyage', wish me happiness =p

E eu tô até levando meu caderninho pra anotar aleatoriedades na viagem, vejam vocês. Quando eu voltar, terei o que contar! \o/

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Hiperatividade

Sabem quando você está tão agitada que não consegue fazer absolutamente nada? Eu tô assim desde hoje de manhã.
Meu pai deixou eu ir pra Salvador, o que quer dizer que talvez eu passe um tempo sem postar. Amanhã às 10h da manhã eu saio de Recife, às 10h da noite chego lá. E, desde que ele deixou, eu não consigo fazer mais nada direito.
Fui lavar roupas que eu certamente precisaria na viagem. Entrei e saí de casa umas 3 vezes, e em todas elas esqueci de pegar o sabão em pó.
Daí fui remendar umas calcinhas, que já estavam com a costura gasta. Desisti quando constatei que eu nunca ia conseguir enfiar a linha na agulha.
Fui lavar a louça e providenciar o almoço. Quase quebrei dois pratos, concluí que nunquinha que eu conseguiria fazer meu delicioso arroz habitual e que provavelmente cortaria o dedo quando fosse picar a carne pra fazer macarrão.
Então, resolvi almoçar hambúrguer. Deixei o infeliz fritando e fui conversar com meu avô. Depois, acertar com meu pai a hora que a gente vai sair daqui amanhã. Resultado: Hamburguer torrado, para comer na hora. Fui colocar um pouco de mostarda pra disfarçar o gosto ruim, e acabei comendo uma massa disforme de pão com coisas amarelas e pretas.
Arrumando a mala, quase esqueci de colocar coisas de higiene pessoal. Daí eu decidi tirar um cochilo, pra meia-noite conectar e tentar avisar ao departamento competente (=p) que horas eu vou e se está tudo bem por ele.
De 4h da tarde até as 7h da noite rolando na cama, insone. Daí me deitei às 7, jurando dormir por apenas 1h, e acordei agora, meia-noite. Ainda sem saber direito o que fazer.
Alguém aí conhece algum remédio pra hiperatividade?

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sábado, dezembro 11, 2004

Ode a Igarassu

Carrapatos e pernilongos
Pulgas e Içás
Charque, macaxeira
Sargasso de Itamaracá!

Sapaiada, revoada
De moscas no manguezal
Besouros e percevejos
Sinto falta do meu matagal!

Lago verde das muriçocas
Sua redoma de lodo cinza
Faz meus olhos brilharem
Como a pele das gias

Oh, rebanho de calangos!
Arrastão de sagüis!
Escorpiões e tarântulas
A correr aqui e ali!

Charque, macaxeira
Graviola e cajá
Carne moida com cominho
Nunca fui a Gravatá

Reclusa na natureza
No coração de Tabatinga
Pego Kombis lotadas
De suvaco alheio, a catinga

Por todas essas coisas
Sentirei falta de Igarassu
Quero voltar para o Rio
Cidade provinciana, vá tomar no cu!

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terça-feira, novembro 23, 2004

Algumas considerações sobre a geografia, arquitetura e o povo de Igarassu

+ Tem uma barraquinha de sorvetes BACANA do lado da galeria M. Manuela. Eu nunca tinha reparado nisso. Parecem tão apetitosos que eu penso em ir lá antes que a saúde pública a feche. Aliás, acho que isso já aconteceu, pois era hora do almoço quando passei por lá e a barraca estava fechada. Uma pena, uma pena.

+ Terminaram finalmente de construir aquela casa espetacular e sensacional ao lado do Estação da Cerveja. Sua fachada se assemelha incrivelmente à área de chuveiros de um clube do qual eu era sócia quando pequena. Fora de série.

+ Pintaram a parede do TOCO DO PEIDO. Isso é inconcebível! O Toco do Peido para mim era praticamente um ponto de referência na próspera cidade de Igarassu. Eu sonhava com o dia em que eu viria a marcar um encontro com alguém no Toco do Peido. Felizmente, o toco ainda está lá, mas não há mais qualquer indicação de que aquele seja o famoso Toco do Peido, ou TocU do Peido, como dizia no muro. Uma lástima, deveras.

+ Pouquíssimos são os habitantes igarassuenses que sabem onde fica o lugar em que moro, apesar de ainda fazer parte da distinta cidade de Igarassu. Não parece familiar a ninguém o nome 'Tabatinga', por mais que a entrada do 'bairro' seja na beira da BR-101, e, sendo assim, de fácil acesso. Lamentável.

+ Todos os kombeiros que vão à Araçoiaba manifestam certo pesar quando eu digo que vou saltar bem antes de Araçoiaba, mais ou menos no meio do caminho, mas todos são filhos da puta o bastante para não me dar um desconto na passagem. O máximo de simpatia que já encontrei foi quando um jovem rapaz olhou para mim com olhos de pena, e comunicou que a passagem era dois reais, mesmo me conhecendo de vista e sabendo que todos os dias eu pego kombi ali, e logicamente deveria saber o preço da passagem. É um absurdo.

Igarassu realmente é um lugar agradável para se viver. As pessoas criam galinhas em meio ao esgoto, em pleno centro da cidade. São deveras simpáticas (as pessoas, não as galinhas), nunca contendo um meio sorriso quando vêem pessoas normais como eu, de coturnos e cheias de correntes e spikes, às vezes até de sobretudo, passando pelas ruas em plena manhã. São bastante competentes também, uma vez que nunca fiquei dez minutos na fila para nada. O tempo é sempre de meia hora para cima, até na fila pra pegar queijo no balcão do supermercado. E as pessoas ainda parecem achar que Nightwish é uma banda nova lançada pela MTV esse ano.

Não vejo a hora de me mudar para Recife. Sinto falta da civilização.

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