sexta-feira, março 11, 2005

Pegue algumas doses de rum. Algumas o bastante pra te deixar ligeiramente, talvez extremamente, não sei, é o seu limite, mas enfim, bêbado. E, depois de algum tempo, pro porre se concretizar e você fazer algumas coisas deveras divertidas, vá dormir às 4h da manhã, dividindo a cama com o(a) namorado(a) mais perfeito do mundo, exceto pelo fato de ser meio espaçoso, numa cama dura, torta e que tem as manhas de te deixar toda dolorida se você dorme de mau jeito.

OK, agora acrescente isso ao fato de o ciclo estar acabando, e você estar naquele período tenebroso e maligno carinhosamente apelidado de TPM, ou 'Tô Puta, Mermão'.
Se você conseguiu construir essa cena na sua imaginação, podemos continuar com o exercício de visualização de forma satisfatória.

Bem, agora imagine ser acordado. Às 9h da madrugada. Para simplesmente responder uma pergunta, receber um risinho irônico em resposta à sua resposta, e ser deixada logo em seguida. E imagine voltar a dormir num espaço minúsculo na já referida cama dura, torta e dolorosa. Com o referido namorado espaçoso ocupando 3/4 da cama. E metade do seu travesseiro.

Imagine ser acordado de novo, 3h depois. Pra ter que ligar pra um monte de cursinhos chatos, lavar uns 5kg de roupa na mão e fazer o almoço. Imagine pedir pra dormir mais um pouco, dormir demais e acordar de ressaca, com o referido namorado perfeito-porém-espaçoso sobre sua barriga, inconscientemente piorando seu enjôo. Gosto de maçaneta, corrimão e cabo de guarda-chuva na boca.

Conseguiu imaginar tudo isso? Então. É mais ou menos quase que exatamente assim que eu estou. É a perfeita união entre a vontade de mandar todo o universo ir à merda e a incapacidade de ser indelicada com a pessoa que você mais ama no mundo. É a vontade extrema de não sair da cama nunca mais somada à necessidade de fazer zilhões de coisas que não podem mais ser adiadas. Enfim, é o mau humor, forte, consistente, pairando no ar ao meu redor como uma nuvem negra, relampejante, ribombando trovões e soltando faíscas, é a aura densa da atmosfera que a torna quase irrespirável.

Não me toquem. Estou dando choques, e posso também morder alguém.

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Eu tive um sonho esquisito essa noite.

Sonhei que tava em Monjope, tinha ido buscar alguma coisa lá com o Alexandre. Daí eu e o Cris transavamos num banheiro sujo, cheio de teias de aranha, que ficava em algum lugar da Praça da Bandeira, lá no Rio. Tinha vários envelopes cheios de coisinhas dentro do banheiro, e eram meus. Tinha um convite de casamento no meio do envelope, que eu guardava. Aí a gente saía do banheiro, carregando zilhões de envelopes e rolos de papel ofício e cartolina, e seguia andando até a passarela pra ir ao Garage. Aí eu encontrava com a Karen gaúcha, e ela tava com um cabeludo lindo de morrer do lado. Era comecinho de noite, e ela perguntava se a gente tava indo pro Garage. Quando eu falava que sim, ela dizia que tava uma merda e que tava indo embora. Ela estava no ponto de ônibus que ia pro Centro e pra Zona Sul.

Entrávamos no Garage, íamos andando até o final, e o lugar estava ainda mais sujo e tosco do que eu me lembro. In fact, estava em ruínas, e tinha fogo pra tudo que era lugar. E tocava música, ainda assim.
Quando acordei, constatei que a música que tocava no meu sonho era, na verdade, a que realmente estava tocando aqui.

Curiosamente, o que eu mais lembro do sonho são as roupas que o Cris e a Karen estavam usando. O Cris tava de camisa polo branca, calça jeans preta e sapatos sociais pretos. A Karen tava de boné, com uma blusa amarela ridícula, pagando de patricinha rebelde. E... acho que eu não lembro de mais nada que preste =/

Ah sim! O tal convite tinha sido feito em papel manteiga, e era todo cheio de babadinhos bichas. E o envelope no qual eu guardava ele ja tinha o convite do aniversario da Nuyra. E era de papel pardo. E acho que é só.

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terça-feira, março 08, 2005

Amigos nordestinos

Então, eu tava aqui pensando...

Eu tenho alguns amigos aqui no nordeste. Bastantes, até. Uns quatro ou cinco.

Mas não tenho amigos nordestinos. De verdade!

Algumas pessoas acham que eu tenho preconceito contra nordestinos, e, de acordo com as aparências, não posso culpá-los por isso.

Vejam bem: meus dois amigos em Recife, por exemplo. Uma é gaúcha. O outro é capixaba.

Algumas das minhas amigas em Igarassu são gaúchas. Três delas, aliás.

Uma das minhas melhores amigas de Abreu e Lima é Paulista.

Meu namorado, que mora em Salvador, também é gaúcho.

Não é proposital, eu juro. Mas acho que eu sou um ímã para migrantes, que nem o Yusuke é pra coisas sobrenaturais.

E eu tinha mais coisas a dizer sobre esse assunto, mas graças à influência de Cris eu estou ficando com memória de samambaia de plástico. Blé.

E eu tenho que desenvolver melhor o texto sobre profissões e sobre religião que eu estava escrevendo. Em breve, no blog mais perto de você.

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