sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Bandinha legal

Seguinte, povo. Ando meio muito pra caráleo enrolada, esse carnaval tem sido uma loucura (que envolve bandas que tocam Raul mesmo quando não pedem, noites viradas ouvindo hip hop - heim?! -, noites viradas jogando Micro Machines, noites viradas simplesmente bebendo e, por sinal, muito, mas muito álcool, drogas, sexo e rock'n'roll) e no presente momento estou virada porque fui jogar RPG e o tratante do mestre não avisou que não ia ter carona pra gente, e aproveitei pra ajudar a melhor amiga a fazer uns trabalhos de faculdade que acumularam, todos pra entregar hoje. Diga-se, a amiga foi pra facul igualmente sem dormir, e bêbada de cebolinhas bêbadas. Depois explico, é realmente simples e banal.

Mas eu tinha que fazer um post pra recomendar uma banda: Midnattsol.

Midnattsol (que significa "sol da meia-noite", como dá pra facilmente entender, em norueguês) é uma banda de Gothic Metal meio alemã, meio norueguesa e meio mussarela. O som deles tem uma influência meio folk, e as letras são bem bem baseadas no folclore norueguês.

O detalhe que eu não sabia, e descobri agora enquanto fuçava na Wikipedia pra saber algo mais sobre a banda pra postar aqui, é que a vocalista, Carmen Elise Espenæs, é a irmã mais nova da Liv Kristine, ex vocalista do Theatre of Tragedy e atual vocalista do Leaves' Eyes, uma das minhas mais novas bandas preferidas de infância. O que mostra que cantar bem é, sim, hereditário. A voz da guria é simplesmente linda.

Tirando ela, todos os outros membros da banda tocaram em outras bandas igualmente desconhecidas (pelo menos pra mim e pro resto das pessoas não-true do mundo), como Ahab, Raw Intense Power, Into Darkness e Penetralia. Aliás, acho que só o baixista, Birgit Öllbrunner, não tocou na Penetralia. Não que faça alguma diferença pra mim, já que essa é a primeira vez que ouço falar dessa banda. Enfim.

O som deles (do Midnattsol, não da Penetralia) é algo que só posso definir como "barulhinho adorável, ótimo pra se ouvir em dias cinzentos e chuvosos em que emos gostam de cortar os pulsos". Baixem o CD Where Twilight Dwells, ou pelo menos a música Dancing With The Midnight Sun (segunda música do CD), e entendam do que estou falando.

Essa foi a dica cultural do dia! Enjoy! :P

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quarta-feira, junho 14, 2006

Liv Kristine - Enter My Religion (2006, Roadrunner records)

É, depois de me viciar profundamente em Leaves' Eyes, rendi-me e baixei o novo cd da Liv Kristine, ex Theatre of Tragedy/atual da banda supracitada.

Enter My Religion é... é. Bom, o que posso dizer? Adoro vocais femininos, líricos ou semi, e Liv Kristine sempre foi uma vocalista que me puxava pelo pé, entrava pela unha do dedinho mínimo e chegava lá no coração (eca, que frase brega). Mas só o fato de ter adorado o álbum não justifica um post aqui, certo? Tem que ter alguma coisa sobre a qual eu possa fazer piadinhas.

Pelamordedeus baixem a primeira música, Over The Moon. Não sei quanto à opinião de vocês, mas eu particularmente acho que ela teria ficado melhor com outra cantora/banda. Savage Garden, talvez. Nada contra Savage Garden, eu até gosto, mas é que... sei lá. A música é boa, mas é meio pop demais pro que se espera de uma mulher com um currículo musical tão metal quanto a dita-cuja.

Fake a Smile, a segunda música, é uma baladinha muito gostosinha que, a princípio, me lembrou Jewel. Também tem uma levada bastante popzinha, do gênero que se esperaria encontrar num fim de festa daquelas matinês que todo mundo ia aos 13-14 anos. Pra mim, é ótima de se ouvir em dias chuvosos.

All the time in the world, por algum motivo, acho que pelos arranjos com as guitarras havaianas, me lembra (vai, agora é hora de me crucificar) Avril Lavigne. É mais uma balada, dessa vez mais saltitantezinha. Me faz pensar também em musiquinhas de encerramento de filmes ambientados no final dos anos 70 mas gravados em plenos anos 2000. Sei lá, né.

My Revelation tem o estilo mais próximo do que se espera de Liv Kristine, ao menos no que se refere ao vocal. O ritmo me lembra algo de Cranberries. Também é bem popzinha, mas as vocalizações dessa moça são simplesmente perfeitas.

Coming Home é uma gracinha. E eu quase posso ver Liv Kristine usando uma roupinha superfashion parecendo tirada do figurino de Malhação, dançando e cantando e contracenando com algum atorzinho meia boca pelo menos uns 15 anos mais novo que ela em um clipe na MTV. Juro.

Trapped in your labyrinth nos primeiros acordes me lembrou HIM. Depois, descambou pra Avril Lavigne (de novo!) e acabou virando um samba do crioulo doido. Mas, apesar da mistureba, eu gostei da música sim. Como era de se esperar. Quando ouvirem, cuidado pra não resistir à tentação de saltitar no finalzinho. Moving on.


Blue Emptiness... Que toquezinho de ukelele é aquele no começo? Ainda mais se você considerar que o que segue é uma balada quase toda só no piano + vocal, entrando depois uma bateriazinha suave, suave, maior estilo Tori Amos/Jewel/Trilha sonora de desenho da Disney das antigas. Sim, eu vejo Aladin e Jasmine voando num tapete voador. Ou mais um AMV de FF8, credo.
Tá, sem brincadeiras, a música é linda, e tem um quê de refrescância (hã? Música é ar condicionado agora é? Então tá). Algo como aquela brisa que bate depois da chuva, sabe? Cheiro de terra molhada e tal. Como quando você chora horrores e, depois de ficar com a cara vermelha-extintor-de-incêncio, aquela pessoa especial vem e te dá um abraço, e surge um arco-íris no horizonte.

You are the night é totalmente dançante. Acreditem ou não, mas sabem aquelas festinhas de colégio? Então. É ouvir o raio da música e rever aquele bando de pré-adolescentes brigando pra decidir quem escolhe o próximo CD (ou LP, dependendo da idade) e de repente um ganha e os outros saem pra pegar um refrigerante ou uma coxinha na enorme mesa de quitutes trazidos pelos convidados. Aí um ou outro carinha toma coragem e tira a garotinha de quem ele está a fim pra dançar e a galera fica botando pilha pra eles irem pra um canto mais sossegado, enquanto as amigas da garotinha ficam num canto dando risadinhas.
Conseguiu imaginar a cena? Pois é, You are the night seria a trilha sonora perfeita pra essa cena. É algo nostálgico, na verdade.

Enfim. Não vou me dar ao trabalho de resenhar o resto do álbum. Ouçam por si mesmos, e aproveitem. Recomendo fortemente Blue Emptiness e Enter my Religion.

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domingo, junho 11, 2006

Rapidinhas

COMO ASSIM saiu um cd novo do Sonata Arctica e NINGUÉM me avisou? Isso merecia uma punição, mas infelizmente eu não sei a quem punir. Sugestões, caixinha de comentários ali embaixo. Assim que terminar de baixar, e eu ouvir, falo alguma coisa sobre ele aqui. Aliás, também tô devendo alguma coisa sobre o Karmacode, álbum novo do Lacuna Coil, mas enfim.

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"A Intérprete", com Nicole Kidman, é um filme razoavelmente bonzinho. Mas eu tenho certeza que tinha brazuca no grupo dos roteiristas. Baiano, pra ser específica. Como assim fala-se Ku na república de Matoba?!

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Ainda em ambiguidades bilingues em filmes, tinha brazuca também no meio da galera de Star Wars. Fala sério, como não se desconfiaria de Capitão Panaka, Rainha Amidala e Conde Dooku?

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Essa é pra quem curte Doom Metal: baixem Flowing Tears. De verdade. Não vão se arrepender, eu juro.

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Só duas palavras: José Porras. Que raios de sobrenome é esse, pelamordosdeuses?

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Acho que minhas origens judaicas estão se manifestando. Consegui pechinchar até convencer o tiozinho do camelô a me dar um desconto de 30% numa bolsa linda, linda, linda...

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GENTE! Finalmente estamos usando alianças =~~ São de latão prateado, mas, ora pipocas, é só um simbolismo, e enquanto a gente estiver mais preocupado em montar um apartamento (e, consequentemente, sem grana pra comprar alianças de metais mais "nobres"), fica essa mesmo ^^ E eu que nunca imaginei que ia gostar da idéia de usar coleira de dedo algum dia... Ai ai, viu =p

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quinta-feira, novembro 10, 2005

Momento Let's Sing It

JESUS NEGÃO
Letra e música: Marcio Nigro e Tomas Kenedi

Presidiária do Caramuru, a fronteira final...
Diário de bordo, data estrelar 3 do 4 do 2 do 1
Pavilhão 9, quadrante treze, esquina com Avenida das Alamedas, 467, fundos, falar com dona Ivete após às 16.
Os mano audaciosamente indo aonde nenhuma Adriana jamais esteves…

Aí fei, aqui é é o Primo Preto falando, vocalista dos Números Racionais MC ao quadrado. Sobrevivente do Massacre de Itapuã, nêgo. Segundo os estudos realizados nas faculdades universitárias de Massaxussestis:

A cada 39% dos nêgo que nascem nessa cidade são pretos.
4% dos 7% dos nêgo que estudam nas faculdade são preto.
A cada 2 crianças que nascem nêga, uma morre preta.
80% dos nêgo preto morrem queimado nêgo.

Conheci um cara que se chama Jesus
Por expor suas idéias, enforcaram-no na cruz
Jesus Negão
Jesus Negão, sangue bão...

Segundo os dados da Ceagesp de Santa Catarina:
7% dos brancos divididos por 7% dos nego dá 7 pretos.
4 vezes 15 preto dá vinte nego.
30% dos preto que morrem na sociedade são verdes.
12% da sociedade inteira branca é nega.
50% dos pai preto com mãe nega dá filho preto.
25% da sociedade é preta.
75% da sociedade também é preta.
Tudo é preto.
Nêgo é preto.
Corinthiano, maloqueiro e sofredor, mano!

Jesus é um grande cara e bate um bolão
Só não veio hoje porque tá pregadão
Jesus Negão (é amigo, é!)
Jesus Negão, sangue bão...

Segundo o Indifolha-se:
o melhor discodos Beatles é o Álbum Branco
e o pior disco do Metallica é o álbum preto.
N os Estados Unidos da América a cada 10 nêgo
5 jogam num time e 5 jogam no outro.
De todos os nêgo entrevistados, 50% acha que é preto,
50% acha que é nego e os outros 45% mandaram
eu tomar no cu e roubaram minha carteira.
É pau é preto é o fim do caminho, mano.

Eu sou primo preto, amigo dos preto, nêgo e soberano!
Jesus é mano véio, cabelo Black Power
Bola de três dedos, conhece o Beckenbauer
Jesus Negão (é amigo, é!)
Jesus Negão (é amigo, é!)
Jesus Negão, sangue bão...

Edson Arantes do Nascimento, João do Pulo, Zezé Motta, Jorge Lafon, Tia Anastácia, Grande Othello, Lady Zu, Tony Tornado, nego-ciação, só nêgo são, Oswaldo Montenegro, Fernanda Montenegro, Walter Negrão, Marcelo Negrão, Darth Vader, Sivuca, Hermeto Pascoal, Diamante Negro, Sharon Stone (gostosa), fuscão preto, caixa-preta, buraco negro, quadro-negro, Malcom X, Martin Luther King, Dom King, Larry King, King Kong, kung fu, pato fudeu, ó os homê aí, mano!

Jesus Negão

Sangue bão.

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sábado, outubro 29, 2005

Lionheart

Eu já tinha ouvido o som deles uma vez, quando eles tinham acabado de gravar a demo e pediram pro Zeca Urubu pôr pra tocar no Heavy Duty. Mas o fato é que eu estava bêbada demais pra reconhecer qualquer som no meio daquele burburinho todo, por mais alto que estivesse e mesmo estando do lado da caixa de som. De qualquer forma, na época eu gostei do ritmo, dava vontade de dançar.

Muito tempo depois, já até tendo esquecido da existência da banda (embora de vez em quando eu pensasse em como estaria a galera Hard Rock do shopping Tijuca), estava eu assistindo MTV enquanto almoçava quando de repente, não mais que de repente, passa um trecho (sabe, aqueles teasers "não perca nossa programação!"?) que desperta minha curiosidade, quase me faz engasgar e e simplesmente pulo da cadeira apontando para a televisãozinha de 5 polegadas e gritando: "COMO ASSIM MARINA PERSON ENTREVISTANDO O THIÊ?"

Lionheart havia ganhado mais notoriedade do que eu jamais poderia atribuir a uma banda que, de certa forma, eu pude acompanhar por alguns meses. Julguei que, talvez até por respeito aos caras, eu devesse tentar me interessar mais pelo som. Mas esqueci.

Algum tempo depois, uma amiga comentou que ia comprar o CD da banda. E eu fiquei de cara, como assim existem pessoas querendo realmente adquirir essa pérola aqui em Salvador? A banda realmente estava ascendendo rumo ao topo!

Hoje, por fim, tomei vergonha na cara e achei um lugar para ouvir as mp3. Ouçam, e vocês (não) vão se arrepender.

A melodia é ótima, 100% rárdi róqui. Dá vontade de vestir uma calça de couro, um top de oncinha e sair por aí dançando.

Só o que fode é o vocal.

Não quero dizer que Thiê (o melhor pra você!) não tenha uma voz agradável. Até tem, mas não combina, não casa. Hard rock em português já não é exatamente a coisa mais... hm... combinante(?!) do mundo, mas na voz de Thiê a discrepância aumenta terrívelmente. Soa como KLB pós-adolescente.

Thiê tem uma bela voz. Para fazer cover de Sidney Magal ou algo do gênero. Cantando "Sedução", só me dá vontade de rir e me lembra da "Piranha do Banheiro", tão punhetada na Off Club.

Ouçam as mp3, e me digam se não tenho razão.

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segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Música, reencarnações, a vida de Lúcifer, aleatoriedades gerais e um pedido de desculpas.

Ah, a música! Nada melhor, não é mesmo?

Eu vou ser sincera com vocês. De verdade. Eu pensei em um monte de coisas pra escrever sobre música, mas me fugiu totalmente à mente o tema proposto. Culpa do orkut e da minha mania de fuçar as comunidades das pessoas queridas. Whatever.

Enfim, a música é uma coisa que pode tanto unir quanto desunir profundamente as pessoas. E agora vocês todos podem dizer que eu acabei de descobrir o fogo, a pólvora, ou qualquer outra coisa que faça um estrago danado porém já tenha sido descoberta antes de eu encarnar neste planetinha miserável pela primeira vez.

Mas o fato é que agora a pouco eu estava meditando, filosofando e coçando meu saquinho imaginário, e cheguei à conclusão de que, além de 90% das minhas amizades serem 'virtuais' (e não, eu não estou falando de tamagochis), pelo menos 95% delas são mantidas através da música. Afinidades musicais. Algo assim. Ou outros 5% são afinidades 'animescas/rpgistas', ideológicas, 'escritoriais', etc. Mas a maior parte se resume nisso: música.

Da mesma forma, uns 89% dos meus desafetos (e não, eu não tenho tantos assim, afinal, eu sou uma menina bonitinha e boazinha) foram gerados por desentendimentos musicais. Funkeiros, pagodeiros, axézeiros, 'fãs-de-mtv', bregueiros, forrozeiros, fãs de música sertaneja. Eles não me ofendem tanto, mas, venhamos e convenhamos, quando você me viu realmente ser simpática com algum ser destas espécies supracitadas?

Inclusive, existem rixas. Dentro do rock, que, além de ABBA e Sidney Magal/Beto Barbosa/Silvio Caldas/Rosana/Gretchen, é meu tipo de música preferido, existem várias. E eu me divirto com os muitos posts criados pela eterna rixa HEADBANGERS x NEW METALEIROS pelos blogs do Brasil a fora. De verdade. Até chego a me sentir culpada por ficar em cima do muro - mas o que posso fazer se gosto tanto de Iron Maiden quanto de Korn? Me xinguem, atirem pedras, fiquem à vontade. É a pura verdade, eu juro.

Neway, escrevi pra burro e não cheguei ao ponto que eu pretendia quando comecei a escrever o post. Whatever. Lá vai uma historinha simpática pra pelo menos salvar o post (e tentar me reconciliar com a paciência de todos os 2 ou 3 leitores deste blog).

***

(Post inspirado na conversa com o vegecelo, postada no meu flog)

Então. Era uma vez o paraíso. E lá viviam felizes e contentes todos os belos anjos, na santa paz do senhor, amém.

O primeiro de todos os anjos a serem criados foi um cara muito bonitão, chamado então de Lucibel (luz de Deus) ou Lucion (luz dos anjos), com seus looongos cabelos loiros e seus olhos verde-azulados (ou azul-esverdeados, whatever), sua cútis suave como um pêssego bebê e todos os adjetivos de cuteness e gayness que vocês podem imaginar.

Só que como todo filho mais velho mimado, quando ele se tornou um adolescente acabou por se rebelar contra seu pai. Ele era de esquerda, sabem, e não tolerava mais a ditadura que o 'chefão', como era conhecido, impunha a todos como sendo o caminho, a verdade e a vida. Além de estar mais ou menos quase plenamente insatisfeito com a forma com a qual o cara lidava com todo o poder que tinha. Assim posto, foi tirar satisfações com o velho, com toda a impetuosidade e a empáfia inerente aos jovens.

- Pô velho, preciso levar um lero contigo.
- Pode falar, filhote... O que está havendo?
- Tá pegando é que eu tô boladão, tá ligado? Assim, cê tem poder pra caralho nas mãos e só faz cagada pô! E ainda fica aí querendo mandar em todo mundo... Tá pensando que é quem, Deus por acaso?
- É, eu penso - e sou - Deus. Lembre-se disso, fedelho.
- Mas eu não acho isso certo! E, se você quiser saber, se eu tivesse um terço do poder que você tem, eu faria tudo isso muito melhor... Nada dessa palhaçada de anjinho pra cá, harpinha pra lá, falta de sexo e tudo o mais. Você tem que dar ao povo o que o povo quer! E o povo quer sexo, farra, pecados e tudo o mais!
- Corrija-me se eu estiver errado, Lucy, mas você está, por acaso, CONTESTANDO MINHA SABEDORIA INFINITA?
- Se você quer saber, sim, estou!
- Ah meu filho... eu já cansei, sabia? Cansei. Junta seus trapinhos e vaza.
- Como é?
- Vaza, sai fora, vai embora, VAI PRO DIABO QUE TE CARREGUE, VAI PRO INFERNO! Que coisa, eu te criei e sustentei e você vem com essas palhaçadas? Tá deserdado, pronto, falei! A partir de agora, você não é mais a minha luz porra nenhuma! Você carrega a luz! Sacou? Vai ser meu escravo pro resto da vida!

E o pobre diabo saiu da sala do pai com o rabo entre as pernas. Chegando lá fora, encontrou com Jesus, o novo queridinho do chefe, que estava ouvindo a discussão toda por trás da porta. É claro que o futuro nazareno não podia deixar de implicar com seu maior rival, e, ao vê-lo com a moral tão baixa, não conseguiu segurar:

- Pfff... Se fudeu!

Lúcifer (para dar-lhe seu nome atual), já puto da vida pela discussão com o pai, decidiu não engolir desaforo daquele zé ruela.

- Que foi que você aí disse, ô hipponga?
- Que você se fudeu. Vai lá juntar seus trapinhos vai, excomungado.
- Vai se lascar, desgraça...

E os dois permaneceram nessa discussão por muito tempo, até que Lúcifer chamou Jesus de filho de rameira golpista e Jesus sacou uma espada que, segundo diziam, brilhava mais que mil sóis. A verdade é que a espada era coberta por uma camada de glitter, e Lúcifer ficou estarrecido por tanta boiolagem.

Jesus se aproveitou desse momento de semi-apoplexia de Lúcifer e desceu a espada em sua face direita, arrancando-a e deixando somente o vácuo no lugar. Depois, chutou belamente os fundilhos do pobrezinho, arremessando-o em direção ao inferno, como o chefe queria.

Lúcifer, com os fundilhos doloridos, chegou assim ao inferno, e tratou logo de providenciar uma máscara de prata para 'tapar o buraco'. Jurou para si mesmo que, dali por diante, preferiria reinar no inferno a servir nos céus. Afinal, lá ele poderia criar sua comunidade socialista sem ninguém encher o saco. De vez em quando ainda frequenta reuniões de cúpula na casa do pai, só para ser contrário a todas as opiniões do conselho angélico. Graças a isso, ganhou o apelido de 'Satanás', ou seja, o opositor. E ainda tem que aguentar piadinhas de Jesus, que diz que tudo que ele faz é 'meia boca', ou que 'Lúcifer é orgulhoso, não dá a outra face'.

Eu tenho pena de Lúcifer.

E que venham os seguidores de religiões de base cristã me atirar pedras.

***

Eu falei também, no título, sobre aleatoriedades e um pedido de desculpas. Então: Desculpa!

Eu tô devendo a terceira parte do post da faxina (não que alguém realmente queira saber como foi minha faxina que quase acabou com minha capacidade de escrever/tocar flauta/cozinhar/fumar/me divertir sozinha/whatever), ALGUMA PARTE QUE SEJA do curso de sobrevivência, o trabalho do professor Iran (esse não é pra vocês, mas eu tô devendo anyway), o pagamento do meu gold camera no fotolog (sim! me rendi ao sistema!), a conta de luz, água, telefone, e 50 centavos pro tiozinho do boteco do lado da escola. Juro que vou resolver todas essas pendências até o fim do século XXIII u.ú

Então. São 5h30 da manhã pelo horário da terra onde só tem duas estações (quente e muito quente, e, assim sendo, infernal pra gente que odeia calor como eu), e eu preciso comer/dormir/tomar banho/tirar essa bic do cabelo antes que estoure, não necessariamente nessa mesma ordem, e o sol já vai alto no céu. Agradeço a todos a paciência por terem lido até aqui. Obrigado, voltem sempre, vão pela sombra, usem camisinha no que resta do carnaval, não usem drogas e tomem suco de carambola com abacaxi.

Au revoir. (bate continência, faz uma mesura e permanece abaixada até que as cortinas desçam)

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