terça-feira, abril 08, 2008

Eu quero ter um milhão de amigos...

Eles podem surgir de qualquer parte, em qualquer lugar. A princípio, movidos pelo interesse; mesmo sabendo disso, não resisto a seus olhos brilhantes e cedo muito mais do que teoricamente deveria. Eu sei, sou ingênua demais.

Eles se aproximam, temerosos. Acho que não acreditam que eu realmente esteja disposta a dar a eles o que eles querem de mim. Então me abro, e deixo que tomem de mim o que quiserem, sem medo, sem apego. A mera presença deles me enfeitiça, e eu não consigo evitar fazer o que eles querem. Só faço o que tenho que fazer e fico lá, parada, com cara de abestalhada admirando cada movimento.

É nesse momento que conquisto sua confiança, e, no mundo em que eles vivem, isso significa muito mais do que no nosso. E, antes que eu perceba, milhares deles se agrupam ao meu redor, felizes, gentis, fazendo que eu me sinta parte da gangue.

Não importa onde: seja no Pelourinho ou no Mercado do Peixe, indo para o shopping ou voltando para casa, sempre tem um cãozinho ou um gatinho de rua ao meu redor, clamando por comida, um lar ou simplesmente um pouco de atenção e carinho.

E eu sempre fico com uma dor enorme na alma quando vou embora, uma vontade imensa de carregar eles todos para casa. Queria morar num lugar com tanto espaço para bichinhos quanto meu coração.

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