sábado, março 01, 2008

To drink or not to drink

Não entendo porque as pessoas ficam orgulhosas quando dizem que tomaram um porre memorável. Quer dizer, toda a ideologia por trás de tomar um porre de verdade, daqueles com direito a vomitar e dormir na sarjeta e acordar com um cachorro lambendo a boca, não é, precisamente, esquecer?

Tudo bem, tudo bem. Admito que diversas vezes me referi ao porre que tomei no meu aniversário como "um porre memorável". Mas é que esqueci demais. Esqueci mais do que posso me lembrar de jamais ter esquecido em um porre, na verdade. O que deve ser um bom sinal, afinal, como todo mundo, quando bebo, bebo pra esquecer. Inclusive o que já esqueci.

De toda sorte, pra que serve um porre memorável? Não tenho certeza, mas acredito que me porto de forma bastante ridícula quando estou bêbada. Seria muito constrangedor lembrar de cada momento do porre, no dia seguinte. Talvez eu sequer conseguisse encarar meus amigos - e companheiros de copo - nos olhos, caso eu lembrasse de tudo.

Tenho um amigo que diz que seu porre mais memorável - e o que o fez decidir parar de beber, aliás - envolveu um carro. Envolveu, aliás, ele e o carro, encenando uma cena de sexo selvagem no meio da rua. Acho que se eu tivesse vivido uma situação dessas - e ela fosse memorável, claro -, provavelmente também teria parado de beber. E nunca mais olharia para um carro com os mesmos olhos.

Graças aos deuses, eu não sou muito dada a porres memoráveis. Quando eu realmente fico bêbada, frequentemente eu esqueço. Imagina se no dia seguinte eu acordasse numa banheira de hidromassagem, com 5 dos meus melhores amigos, todos nus, e conseguisse lembrar de cada detalhe da noite? Como iria encará-los?

Enfim. Hoje é sábado, e, portanto, dia de tomar um porre. De preferência, imemorável. Desejem-me sorte.

Aceito pacotes ultra-size de engov.

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