sábado, janeiro 29, 2005

Faxina - parte 1

Bem, enquanto eu fazia a limpeza aqui em casa eu escrevia o resumo dos acontecimentos. Sei que ninguém vai ler isso, mas eu preciso desabafar.

Ficou enorme, então eu dividi em 3 partes. Aí vai:

08:54 29/01/05 Parte 1

ARGH!

Eu juro. Juro que fui idiota. Idiota de pensar. Pensar que eu acabaria essa miserável faxina em no máximo 1h30, como da última vez em que trabalhei sob pressão do departamento de inspeção sanitária tabatinguense - representado na pessoa de Dr. Paulo Cezar, advogado, contador, inspetor sanitário amador e pai desta que vos fala.

O PROBLEMA é que dessa vez a inspeção será feita pela minha amável boadrasta, que é deveras exigente, ao contrário de meu pai, para quem um chão livre de terra, ausência de teias de aranhas aparentes e uma aparência não de todo desagradável à vista são suficientes. Dessa vez, é pano de chão, espanador, lustra-móveis, botas engraxadas e roupas penduradas no varal, pingando e exalando o doce aroma do sabão em pó de qualidade duvidosa que compro por doer menos no bolso. Uma hora e meia pra fazer uma geral na casa com direito a matar insetos e tirar todos os potes de tempero de cima da mesa e lavar as prateleiras da geladeira? Não fode. Nem que eu tivesse 15 braços dava...

Botei pra tocar o CD 'Not for your ears', do Evanescence, e decidi começar pelo banheiro, aonde Aninha costuma ser mais exigente. Varre o chão, tira teias de aranha, passa pano no chão, limpa a privada, limpa a pia, arruma o armário... Pronto! Pronto? Não! Faltou limpar o box! É, crianças, meu banheiro (como citado no post anterior) é imenso. Aliás, não é só imenso - é maior que a sala onde fica o computador. É quase maior que meu quarto, definitivamente maior em espaço útil. Duvido que a pessoa que projetou esta casa tivesse registro no CREA, pra fazer uma casa onde o banheiro é o maior aposento. Mas tudo bem, eu não pago aluguel nem IPTU, e cavalo dado não se olha os dentes. Deixei o chão de metade do banheiro secando, a outra metade suja com a gordura de meu corpo, e fui adiantar o serviço na cozinha.

Ê, imundície! Sem nem saber por onde começar, ataquei primeiro a louça - ah! Montanhas de pratos e copos, alguns talheres, uma panela de miojo e um pote de bolachas me entreteram por uns bons 20 minutos. Depois, a mesa. A difícil tarefa de empilhar as latas de achocolatado e farinha láctea no armário da despensa me ocupou por uns instantes. Depois, decidi jogar fora as garrafas vazias de cerveja que teimavam em se empilhar numa das prateleiras mais baixas - oh, paciência, não tenho culpa de beber tanto. Limpei a mesa, quase derrubei a geladeira na tentativa de tirar a prateleira suja de sangue de carne - raios, por que diabos desisiti de abandonar a carne vermelha? Bifes de frango empanados podem não ser exatamente saudáveis, mas sujam menos que uma bandejinha de isopor cheia de bifes de lagarto redondo. Ok, prateleira lavada, mesa limpa, só restava limpar o fogão todo sujo de gordura e água de arroz, e o chão cheio de farelos e insetos mortos de tudo que é tipo e gênero. Resolvi voltar para o banheiro.

Tudo bem, o serviço agora era mais fácil. Era só recolocar a lixeira e a escova da privada, e esfregar um pouco o chão do box para que perdesse aquela cor meio bege e voltasse a ser branquinho e reluzente. Esfrega, esfrega, esfrega, perde o equilibrio, cai, levanta, volta a esfregar, e só aí lembra de tirar o tapetinho de plástico furadinho que fica bem embaixo do chuveiro. Com algum esforço o levantei e constatei que ali é que moravam os micróbios... Deuses! Tinha tanta gordura que nas partes que tinham os furinhos até estavam marcadas no chão em uma cor bege-amarronzada-cor-de-burro-quando-foge! Pisei ali sem querer e cai no chão de novo, me sentindo uma personagem de uma comédia pastelão qualquer.

Bem, o resultado é que depois de algum esforço consegui deixar o banheiro impecável. Parei um pouco de trabalhar (afinal, quase metade do trabalho estava concluída, já que o banheiro, a despensa e a cozinha juntos dão cerca de 70% da casa, e só faltava limpar o chão da cozinha e da despensa...) para tomar um delicioso suquinho de abacaxi com carambola (sim, eu gosto de sucos exóticos) e fumar um cigarrinho. Tá dando uma preguiça do cão de terminar essa limpeza, mas só paro pra descansar depois de tudo limpo, as roupas lavadas e meu estoque de sucos em pó e bonos de chocolate estar reabastecido!

Vou só tomar mais um suco. E fumar outro cigarro. E escolher outro CD pra ser trilha sonora da faxina, já que a última faixa do Evanescence acabou agora. Vamos a Michael Jackson!

Só espero não encontrar o escorpião (vide post anterior) enquanto varro o chão da cozinha.

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