terça-feira, janeiro 18, 2005

Considerações sobre a nostalgia

Post Mood: Guns n' Roses - Rocket Queen

Vamos falar de nostalgia.

Pela manhã, depois de assistir pokémon e indubitavelmente sem mais nada pra fazer (se é que eu tinha algo para fazer, já que eu estava assistindo pokémon), vim à sala do PC na esperança de matar o tédio e juntando coragem para fazer a famigerada faxina que vinha adiando há uns três dias.

Desordenadamente colocando tudo nos seus devidos lugares, vi minha camisa da feira de ciências da escola do ano passado, com as assinaturas de meus amigos da escola largada displicentemente sobre uma das cadeiras desta sala. Dobrei-a e cuidadosamente fui guardá-la junto com a camisa do CEAPJ do ano retrasado, igualmente assinada por pessoas do próprio Pradoc, do Beco, da CEFET... até tinha uma assinatura do meu primo! No que abri a gaveta em que esta estava guardada, não resisti a reler as coisas que as pessoas escreveram.

Foi incrível, indescritível até, o sentimento que me abateu. Nossa, pessoas que conviveram comigo por um ano apenas, ou menos, já que tinha lá assinaturas de pessoas que só fui conhecer em outubro de 2003 e de quem me despedi em dezembro... Tantas mensagens bonitas e tanta vontade de chorar que me deu! Ou é a minha TPM que me deixa emotiva, ou realmente aquelas pessoas, por menos tempo que tenhamos convivido e por piores exemplos que fossem, são importantes pra mim.

Só tinha duas assinaturas de pessoas que me conheciam (mais do que de vista) antes de 2003, tirando, é claro, a do meu primo: a da Juliana Poly e a do Mangá. A da Ju estava consideravelmente apagada, e a do Mangá foi profundamente significativa e me fez lembrar 2001/2002, anos em que vivi uma história completamente louca e sem sentido nenhum, criada por uma criatura pra lá de mentirosa e curiosamente carismática (até que se provasse o contrário, o que invariavelmente acontecia) que conseguiu envolver adolescentes e alguns adultos de quase todo o Rio de Janeiro (e até de alguns outros estados) e foder belamente com a vida de alguns desses. Incluindo a minha, a do Jimmy, a da Marri, a da Simone, a da minha mãe e possivelmente muitas outras de pessoas menos importantes pra mim. Nostalgia, nostalgia.

Li a assinatura do Thales. Ele prometeu me matar se eu lavasse a camisa e a assinatura desbotasse, e eu acho que ele provavelmente iria querer me matar se visse o estado das assinaturas... Mas a culpa não foi minha! A culpa é toda da minha empregada, que é analfabeta, logo não tinha como notar o valor sentimental de toooodos aqueles risquinhos azuis, e cujo trabalho inclui limpar camisas brancas amareladas de tão encardidas. Isso nos leva ao assunto do próximo post, que será um guia de como evitar problemas morando sozinho. Mas enfim.

Terminei a sessão nostalgia dobrando cuidadosamente a camisa e guardando-a, com a outra camisa, passagens de ônibus, poesias de ex namorados (incluindo essa aqui), entradas de cinema, entradas de shows, pétalas da rosa que o Youko me deu, a flor que a Dani me deu antes de eu viajar, a pulseira que ela também me deu no dia do folclore, as miçangas das outras pulseiras que ela me deu antes e que arrebentaram, a pulseira que a Mai fez pra mim, bem como o pingente de um cordão que ela me deu há duzento anos, a pulseira que a Luana me deu, um cordão da minha mãe, minha coleção de fotos 3x4, o Kuwabara e a anjinha que o Himura me deu, os anjinhos que a Ana Faléx me deu de aniversário, o anjinho da festa de 15 anos da Patrícia Monteiro, minhas agendas de 1999 até 2003, enfim, uma porrada de cacarecos que trazem lembranças altamente nostálgicas de momentos maravilhosos que vivi.

Fiz a faxina, tomei banho, comi uma fruta, vou dormir. Bah.

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