segunda-feira, agosto 22, 2005

Momento Forrest Gump

Era uma vez uma galinha pedrês, que, para fins de identificação posterior, à partir deste momento será chamada de Marylou.

Então, Marylou estava atravessando a rua, quando parou no meio da faixa de pedestres e começou a filosofar.

"Mas por que infernos estou atravessando a rua? Eu sou uma galinha, diabos! Não há nada do outro lado da rua que me interesse, e isso aqui está parecendo uma piada mais velha que minha tataravó!"

Então, perdida entre esses e outros pensamentos, lá ficou a pobre Marylou no meio da rua, quando, surgida do nada, veio correndo uma outra galinha, esta xadrez e atendendo pelo nome de Giselda, completamente esbaforida e estardalhacenta.

"Marylou, Marylou!"

"O que é, infeliz? Não tá vendo que eu estou ocupada pensando?"

"Mas é que..."

"Psiu! Caluda! Você vai acabar me fazendo perder o fio da meada, infeliz!"

"Mas..."

"Quieta!"

"É que é importante, mulher!"

"Mulher não; galinha, olhe o respeito. Mas tá, você já conseguiu me atrapalhar, diga logo o que é que está pegando."

"É que, parada no meio da rua desse jeito, você vai acabar sendo atropelada pelo cami..." *BLOSH*

"Que cami..." *BLOSH*

E foi assim que a pobre Marylou morreu, deixando órfãos seus três pintinhos, Huguinho, Zezinho e Luisinho.

Eles eram pintos bem saudáveis, não fossem seus defeitos de nascença:

Huguinho não tinha uma das patinhas.

Zezinho tinha a cabeça anormalmente grande.

Luisinho tinha um defeito no sistema digestório, que até então não se havia identificado.

Um belo dia, não muito depois da morte de Marylou, coisas horríveis aconteceram a eles, apenas confirmando que a sombra da tragédia pairava sobre aquela família.

Foram os três jantar fora. Suculentos pedaços de milho atirados displicentemente ao chão: imaginem o banquete.

Huguinho, o mais guloso, foi o primeiro. Ao chegar perto do milho, notou uma minhoca bem gorducha rastejando no chão. Infelizmente para ele, a minhoca também o viu, e se enterrou correndo na terra.

Incansável, Huguinho arriscou ciscar atrás da pobrezinha. Mas ele não tinha perna, então caiu de cara no chão, quebrando o bico e desmaiando.

Zezinho também viu a minhoca, e resolveu ciscar atrás dela como seu irmão. Mas ele era muito cabeçudo, então acabou virando cambalhota, de muito mal jeito por sinal. Resultado: fratura exposta no pescoço e morte imediata.

Luisinho, de longe o mais esperto dos três, decidiu deixar a minhoca para lá, e se esbaldou nos grãos de milho que havia no chão. Comeu, comeu e comeu até se fartar.

Acabou por descobrir que milho lhe dava gases. Achou, ingenuamente, que esse era o problema em seu sistema digestório, e seguiu andando para casa.

Até que ele tentou soltar um peido, e descobriu.

Ele não tinha cu.

Explodiu, e voou pipoca para tudo que foi lado.

Assim, a minhoca foi feliz para sempre. Fim.


Agora, imaginem a cara de felicidade do meu namorido quando eu terminei de contar esta historinha para ele dormir. ^_^

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