sábado, maio 07, 2005

Cruzada (Kingdom of Heaven, 2005)



Então, como eu ia dizendo antes do computador desligar sozinho e eu perder todo o texto gigantesco que eu já tinha escrito, ontem eu e o namorido fomos ver esse filme. Na verdade, a gente não foi na intenção de vê-lo, mas era o único filme que estava passando num horário que nos permitia voltar para casa antes de meia-noite e que nos interessava assistir.

Eu estava com medo de ver o filme. Gosto da parte da história que fala das Cruzadas, e tive medo de me decepcionar e sair revoltada por ter gasto dinheiro pra ver alguma coisa medíocre.

Não me decepcionei nem me arrependi.

À partir deste ponto, aviso aos incautos que, se ainda não viram (coisa perfeitamente aceitável, visto que o filme estreou ontem) e pretendem assistir, parem de ler. Grandes riscos de spoiling à frente.

Pois bem, não digam que não avisei.

O filme me irritou sim, em algumas partes. Eu detesto paladinos, e Orlando Benício... er... Murilo Bloom... Orlando Bloom sósia de Murilo Benício =p interpreta um perfeito paladino. E eu fiquei de cara!

Pensem nisso: o rei, moribundo e leproso, diz a ele que, se ele quiser, o maior inimigo dele será preso e executado, a esposa do inimigo - amante do herói e irmã do rei - se casará com ele (Bloom, não o rei ou o inimigo) e ele se tornará rei após sua morte - novamente, Bloom, ou Balian, para dar o nome do personagem, e não o rei - que já é rei - ou o inimigo - que já estaria morto, no caso -, bastando fazer o que o rei quer. E o infeliz RECUSA, alegando o desejo de se tornar um cavaleiro perfeito como desculpa. Cavaleiro perfeito meu furúnculo! Dáumtempus! No lugar dele, eu nem parava pra pensar, já aceitava logo de uma vez e estamos conversados.

Além disso, eu odeio/desprezo/tenho horror a membros do clero em geral. E esse filme me despertou este ódio, que eu julgava estar adormecido lá no fundo das entranhas do âmago de meu ser.

"Vamos fugir pela porta dos fundos, de fininho, à francesa, e o resto do povo que se exploda. Deus vai nos perdoar, porque é a vontade dele que esses pobres coitados que não têm quem os defenda morram."

Não fode. No lugar do paladino/elfo arqueiro/príncipe cagão/grumete/peão de rodeio da novela das 8 de plantão, eu teria dado uma espadada/flechada/chicotada no infeliz do puto covarde maldito. De verdade.

Ou jogar o cara lá de cima pra se entender com o exército sarraceno, como comentou essa vozinha fofa no meu ouvido.

Aliás, falando em exército sarraceno, atentem para o rei, general, whatever, do exército lá. O cara é idêntico ao Jafar, de Alladin! Só falta uma arara tagarela pendurada no ombro dele, embora tenha um carinha que buzina coisas no ouvido dele o tempo todo, cumprindo perfeitamente este papel. Além disso, o Saladino - Sal-a-hadin, ou algo do tipo - é bonzinho, ou pelo menos um antagonista perfeitamente justificável.

Ah sim. Faltou explicar o motivo do trocadilho - ou antes, mistura - entre Orlando Bloom e Murilo Benício. O cara, de cabelo meio comprido e preto, está simplesmente idêntico ao protagonista da novela preferida dos migrantes ilegais. Até o cavanhaque é parecido!

Orlando Boinício

Fora isso, a trilha sonora é perfeita, combina maravilhosamente bem com a temática do filme. Os personagens "centrais", por assim dizer, são razoavelmente carismáticos - e a princesa Sybilla, pegável, apesar das sardas.

Então, eu não sei mais o que falar sobre o filme. Então é isso!

Minha opinião de verdade? Assistam, e não se arrependerão. No mínimo, algumas horas de diversão pode-se garantir!

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