sexta-feira, maio 06, 2005

Ajudando desconhecidos

Fui buscar o namorido na rodoviária, e cheguei meio cedo pro horário do ônibus dele. Assim, sentei no portão de desembarque, enfiei uns chicletes na boca, gemi de dor pela gastrite e pela afta, acendi um cigarro e comecei a preparação psicológica para a quase meia hora de espera que ainda restava.
Então, estava eu distraída, me concentrando no ir e vir dos ônibus no terminal, quando uma senhora de roupa verde berrante e a cara da Regina Casé me abordou, dizendo que era de João Pessoa e que queria chegar na Avenida Norte. Eu, como boa migrante bicho do mato que sou, não fazia a mais pálida idéia de qual ônibus ela deveria pegar, mas, em vista da minha inatividade forçada, decidi que faria algo pela mulher, que estava nitidamente à beira de um ataque de siricoticos.
Enquanto ela andava de um lado para o outro, balbuciando algo como "vou ligar para a minha menina" a cada cinco minutos, fui até o setor de informações turísticas e consegui um mapa da cidade, além de descobrir os ônibus que ela precisava pegar. Fiz minha boa ação do dia e vou pro céu, viram como sou boa menina?
O problema todo reside no fato de que toda esta epopéia rodoviária poderia ter sido evitada se a porra da energúmena da mulher sentasse o cu fedorento na merda da cadeira e ficasse mais calma - ou menos histérica. Eu tive que explicar umas três vezes pra infeliz que Jaboatão é parte de Hellcife! Além do fato da doida, parada na frente do esqueminha lá de informações, veio pedir ajuda justamente pra mim, que me perco num corredor reto sem portas.
Com relação a todo este episódio, só tenho uma coisa a declarar:
NÃO FODAM, turistas desorientados e histéricos! Toma maracugina, porra!

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