quinta-feira, maio 29, 2008

Passei alguns anos da minha vida sem conseguir derramar uma lágrima pelo que quer que fosse, e, de uns dois anos pra cá, parece que é tudo que eu tenho feito. É como se eu tivesse uma torneira emperrada dentro de mim, e de repente alguém passasse óleo de cozinha na rosca. Desemperrou, abriu e emperrou de novo tão logo o óleo secou. Pra não fechar nunca mais.

Só que ontem, quando eu decidi levantar meu traseiro branquelo da cama, eu decidi simplesmente enfiar uma rolha na porcaria da torneira. Não importa se ela vai estourar com muito mais força mais tarde, contanto que segure o fluxo por tempo suficiente pra eu fazer o que preciso fazer.

E então eu fiz o que devia ter feito, e acabei recebendo boas notícias. É muito provável que eu comece a trabalhar em julho, a duas quadras de casa, fazendo um serviço que eu já conheço bem e até que gosto, apesar do stress.

A rolha aguentou, a explosão aquática não aconteceu e, sinceramente, eu fiquei com aquela sensação pós dia chuvoso, quando o céu ainda está nublado, o tempo está fresco e você sente o ar um pouco mais puro (ou menos poluído, dependendo de onde você está).

Dormi cedo, saí da cama antes do sol e resolvi coisas pendentes em casa. Até que a vida não é tão ruim assim.

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