domingo, setembro 03, 2006

Comentários e um conto.

Bom. Em primeiro lugar, eu queria dizer que, cada dia que passa, ganho em média 0,033 leitores. Isso dá, em média, um novo leitor por mês. Sinceramente, fico feliz com isso :D Volte sempre, leitor novo do mês, puxe uma cadeira e fique à vontade. Quer um chá de alfazema com camomila, erva-doce, hortelâ, cravo e canela? Aproveita e pega um bixcoitinho amanteigado pra acompanhar.

Enfim, vamos a mais um conto esquecido. Esse, realmente, nunca batizei. Sugestões pro nome do bichinho, caixinha de comentários tá aí pra isso. Escrito em 16/05/04.

Ela olhou pela janela.
A chuva, em gotas grossas, caía caudalosamente e escorria pelas vidraças empoeiradas. Fazia frio, muito frio, a ponto de seus dedos, enregelados, ficarem dormentes e pálidos, como, aliás, seu corpo inteiro.
Olhou para as paredes nuas de seu apartamento vazio.
Como tinha ido parar ali? Afinal, fazia seis meses que já não morava mais naquele lugar, que não via aquela terra... Memórias, doces, agradáveis, dolorosas, todas as memórias lhe afluíam à mente, em um turbilhão caótico de sentimentos e sensações...
Enrolou-se numa coberta, perdida em um dos cantos do apartamento. Um gato, gordo, fofo, parecendo um bicho de pelúcia, se aproximou, alojando-se em seu colo.
- Aleph! Você também está aqui! Isso só pode ser um sonho...
Acariciou o gato, e continuou observando a chuva por alguns instantes, para, em seguida, ir à cozinha preparar um chá.
Encontrou a bancada limpa e organizada, uma chaleira e um pacote de chá de jasmim. Preparou-o e seguiu para o quarto que fora de sua mãe. Vazio, sem móveis, as paredes amareladas e com a marca do grande espelho na parede, fazendo-a viver um momento nostálgico. Sentou-se de frente para a varanda, o gato mais uma vez aninhando-se em seu colo, a observar a chuva cair.
Sentiu, mais do que nunca, necessidade de ter alguém a seu lado, para abraçar e chorar no colo.
Na falta de opções, abraçou o gato, e começou a chorar...
No choro que soluçava, acabou por adormecer, e acordou em sua própria cama. Tudo não passara de um sonho, mas que ela gostaria que fosse real... Desejosa de que sua vida voltasse, levantou-se, foi ao banheiro, e seguiu sua existência insossa.
- Bons tempos...

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