terça-feira, setembro 13, 2005

Insônia.

"Será que essa mulher vai me deixar dormir um pouco?", pensei, quando deitei logo depois do café. Fui me deitar depois de 2h da madrugada, custei a pegar no sono (roncos e pernas a mais do meu lado da cama não costumam colaborar, e ansiedade também não), resumindo: pouco sono e de péssima qualidade.

"Não. Definitivamente, ela não vai me deixar dormir nada.", decido, quando a ouço cantando hinos de louvor a Jesus (ou qualquer que fosse aquela barulheira que saía de seus lábios no momento) enquanto derruba baldes e bate tampas de privada.

Maria José, a.k.a. Zezé, 36 anos, ou ao menos com a idade em torno dos trinta e poucos - não costumo guardar idades de pessoas que não vou com a cara.

Houve uma época em que eu ia bastante com a cara de Zezé, mas com o passar do tempo isso acabou, e, definitivamente, não hoje, não agora, não a cinco minutos atrás, quando estava eu com o travesseiro fortemente comprimido sobre a cabeça numa vã tentativa de abafar os ruídos que ela estava fazendo enquanto limpava o banheiro.

Uma das principais características de Zezé é que ela nunca faz seu serviço direito. Invariavelmente o faz correndo, não varrendo direito o chão na maioria das vezes (certa vez encontrei, no dia seguinte ao que ela veio varrer o quarto, um amendoim de pelo menos uma semana antes jogado aos pés da mesinha do PC) e nunca, em hipótese alguma, passando o pano no chão, nem no quarto e nem no banheiro.

A probabilidade de Zezé estar bem disposta e decidir trabalhar como se deve é inversamente proporcional à quantidade de disposição dos habitantes do lugar para se manter acordado, ou diretamente proporcional à quantidade de sono dos ocupantes da cama, escolham o que quiserem.

São 9 e meia. Vou tomar um banho frio e estudar, estudar e estudar.

Hoje eu durmo antes de meia-noite. Ah, se não durmo...

E amanhã nada me tira da cama antes da hora do almoço.

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