segunda-feira, novembro 22, 2004

Sonhos e felicidade

PARENTAL ADVISOR WARNING: Este post contém alusões pejorativas a certas religiões, destinadas unicamente a satisfazer meu humor primário. Se você se sente ofendido com esse tipo de coisa, O QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO AQUI? Esse é o meu blog, poxa, você deveria esperar por algo do gênero!

Eu tenho o costume de cochilar à tarde, quando eu durmo pouco à noite. Bom, a verdade é que, independente do horário, se deixarem vou passando pelos dias dormindo sem parar. Nem zumbi nem guaxinim, eu sou é um bicho preguiça!


Whatever. Acabei de acordar de um desses cochilos, e tive um sonho estrombótico. Sonhei que era a responsável por incinerar vivos os meliantes de determinado local, e que eu vendia minha obrigação pros outros por 70 centavos, e que a tal obrigação consistia em arremessar lenha na fornalha. E a fornalha ficava num pátio alternativo do meu colégio. Era extremamente divertido, acho, porque as pessoas faziam fila pra jogar lenha na fornalha e cremar pessoas vivas e palpitantes.


O curioso é que a feira de conhecimentos da escola estava rolando. E eu dançava um forrózinho, acho. Não sei o que o maldito forró tinha a ver com a maldita feira de ciências, mas tava tocando. E eu via a Brenda, minha filhota fofa da 8ª série. E depois esbarrava na tia Xanda, minha professora igarassuense de Literatura preferida. Bem, a verdade é que ela é a única professora de Literatura que eu já tive desde que cheguei aqui...


Ela me chamava pra andar com ela e me proteger da tempestade que estava se armando nos barracões onde, teoricamente, ficavam as salas de aula. Não sei o que rolou ali, se é que aquilo era a escola. O MEC provavelmente não teria aprovado o curso de direito na FACIG se fosse.

Mas, voltemos ao sonho. Eu e Xanda chegamos ensopadas e exaustas nas salas de aula, e ela só me zoando por ser tão amiga de uma pirralha da oitava, provavelmente uns três ou quatro anos mais nova que eu. E eu relutante em admitir que havia sonhado com ela, e é engraçado pensar que eu sabia que era um sonho. De qualquer forma, nós seguimos andando. Saímos da área das salas de aula, saímos da área da feira, "saímos saindo", e fomos parar em ruas perfeitamente asfaltadas. Não devíamos estar em Igarassu, pois até hoje nunca vi uma rua perfeitamente asfaltada nessa terra. Até as rodovias nacionais são mal asfaltadas como o inferno há de ser, com mais crateras que a lua provavelmente tem e com todos os já conhecidos e mal afamados defeitos das estradas do nordeste. Acho que estávamos em alguma cidade grande e civilizada, como disse certa vez meu professor de História. Grande cara, apesar de ser careca - carecas em geral me amedrontam - e maçon - maçons em geral não simpatizam comigo, e a recíproca costuma ser verdadeira. Mas não estou escrevendo este post imenso pra falar bem do meu professor de História.

Enfim, estávamos em uma cidade estranha para mim. Mas Super Xanda sabia como se virar. Entramos em um beco, e de lá nos fundos de algo que parecia um armazém abandonado. Demos a volta, e aquilo se provou ser uma sede da Igreja Universal da Assembléia de Deus. Me apavorei, com a perspectiva de milhares de crentes devotos tentarem nos atacar, e me atear fogo pelo meu paganismo incipiente. Mas Super Xanda novamente entrou em ação, e abriu caminho entre os milhares de zumbis cristãos, dizendo que éramos judias. Por mais esquisito que este método possa parecer, serviu para nos salvar da multidão ensandecida portando archotes e entoando um cântico sagrado que se assemelhava a algo como 'queimem no fogo do inferno, feiticeiras malditas!'...

Tá, na verdade só tinha um administrador na igreja, que nos disse 'podem passar, então'. Mas se houvesse realmente uma multidão enfurecida pronta a nos atear fogo, teria sido muito mais emocionante.
Atravessamos a igreja de aspecto decadente (deve ser a tal humildade cristã, e foi a maior prova da existência dela que eu tive em toda a minha vida) e saímos em outro beco. Atravessamos uma avenida deserta, e parecia já passar de quatro horas da manhã. Aí acordei e fui ver novela.

Adoro sonhos assim. Não consigo encontrar nenhum sentido neles. Mas finalmente posso dizer à minha filha que ela apareceu em algum sonho meu.

E quanto à felicidade, tudo o que tenho a dizer é uma pérola de sabedoria que vim a absorver hoje:

Felicidade é uma caixinha de geléia de mocotó de framboesa.

Não me lembro de ter sido tão feliz, desde a minha infância, até hoje, ao devorar uma caixinha dessas. Acho que atingi o nirvana. Comam geléia de mocotó, é a coisa mais maravilhosa e anti-gótica que existe.

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